"... NO PRINCIPIO...".
01 – DESPERTAR
Os trovões
ecoam cada vez mais e os clarões dos relâmpagos através da cortina formam
figuras assustadoras nas paredes a minha volta. Sinto calafrios desde a
última vez que me encontrei com Ele. A minha visão é nebulosa e meus olhos
estão cada vez mais vermelhos. Mesmo com toda a chuva torrencial que cai, o
calor é insuportável.
— que droga, a eletricidade
se foi e eu nem vi.
Tento encontrar
um cigarro em meio à bagunça. A vela queima nos castiçais. O feitiço de
evocação ainda queima a minha volta. É bonito observar isso. É
lindo ver os observadores saindo e agindo entre os mortais. Mais um estrondo,
mais um raio caí a alguns metros. A floresta fica assustadora durante a noite,
e entre um clarão e outro vejo a figura de um cachorro negro entre as arvores.
Ele não parece um animal comum.
— que merda
é essa?
A curiosidade é
a maior ferramenta da minha consciência e eu sempre fui guiado por ela. Sair e
ver o que era aquilo, sem duvida alguma é o correto a fazer. Pelo
menos para mim.
"Eu sou
muito imbecil".
A água esta
gelada escorre pelo meu corpo nu e meus olhos tem dificuldade em manterem-se
abertos.
"Vai
embora!"
O animal
continua parado observando. Não é um animal comum. Caminha devagar
em minha direção e mesmo sabendo que deveria correr. Eu não o faço. Talvez por
não ter a força ou a coragem, ou talvez por simplesmente não me importar com a
minha própria vida.
— seu
desgraçado! Você veio? Agora você veio?
Por um instante
a chuva parou os ventos e os clarões não se manifestaram no céu, senti apenas
uma brisa suave e uma névoa seca envolvendo tudo a minha volta. O animal sumia
diante da minha vista como num sonho levantando-se cada vez mais, tomando uma
forma humanoide, um raio de luz avermelhado me fez cerrar os olhos, e uma mão
fria tocou meu pescoço. Pude sentir as unhas afiadas pressionando a carne. Os
lábios gelado tocando o meu...
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