Para o ritual do Batismo há preceitos necessários, que preparam o corpo
e a alma para o ritual. • Durante os sete dias que antecedem o ritual é preciso
purificar o corpo por meio de banhos que equilibrem a energia espiritual e a
física. Portanto, quando começarem os banhos, deve-se acender uma vela de sete
dias em local apropriado, e tomar banhos todos os sete dias. Muitas Casas
recomendam banhos com ervas neutras como folha-da-costa, folha-da-fortuna,
tapete-de-oxalá (boldo) ou arruda, porém depende de cada uma e da necessidade
do médium, pois são todas ervas de Oxalá, mas caso seja preciso usar as ervas
de seus pró- prios guias, isso lhe será informado. • Durante a semana, deve-se
evitar ambientes carregados e usar rou- pas brancas ou o mais claras possível.
Faça dessa semana a sua me- lhor semana. • No dia da cerimônia, o médium deve
portar: • Roupas brancas (ao menos duas trocas, pois uma delas será mo- lhada).
• Uma toalha branca, sem desenhos ou estampas, no máximo en- feitada com uma
fita da cor de seus Orixás de cabeça. • Uma roupa velha, que será rasgada e
inutilizada. • Uma vela branca grossa de 40 cm e uma vela branca normal.
• Uma bacia branca de ágata. A Cerimônia de Batismo Itens necessários no
ritual, providenciados pela casa e pelos dirigentes: • Três velas: uma preta,
uma vermelha e uma branca. • Um alguidar pequeno com farofa de Exu. • Uma
quartinha de barro ou um copo de barro com água ou gim. • Farinha de mandioca
para farofa. • Uma tábua de madeira para riscar o ponto do espírito que comanda
os trabalhos espirituais ou daqueles a quem ele atribuiu essa função. • Pemba
branca. • Incenso (não o de vareta, o incenso natural, queimado no incensa-
dor, feito manualmente, como o preparado com café, cascas de alho, alecrim,
alfazema e sal grosso – este é o mais simples, mas cada Casa possui suas
próprias receitas de acordo com suas necessidades). • Sal grosso, diluído em
água na hora do ritual. • Mel ou mirra. O batismo é realizado, em geral, em
cachoeiras. Entretanto, antes de chegar ao espaço reservado a ele deve haver
uma parada, para que o dirigente e o responsável pela Casa, por cuidar de Exu
façam-lhe uma oferenda. Essa oferenda consiste em parar numa encruzilhada,
dispor as três velas (vermelha, preta e branca) em forma de triângulo e, no
centro, colocar a farofa de Exu e o copo/quartinha de água ou gim. Em geral, a
Umbanda Tradicional canta para o Exu Sete-Encruzilha- das ou para Tranca-Rua. A
Umbanda de Nação canta para o Exu Orixá.
O Amaci O Amaci (vem da palavra amaciar, tornar receptivo) é um ritual um-
bandista pelo qual todos, tanto os médiuns iniciantes quanto os mais antigos da
corrente, devem passar. Ele é o primeiro Sacramento da Um- banda. Há diferenças
entre o Amaci de um médium iniciante e de um médium já batizado, experiente e
coroado. Esse ritual tem como finali- dade preparar o médium para receber de
forma equilibrada as energias importantes no decorrer da gira. que provêm de
sua mediunidade e confirmar as Entidades que regem sua cabeça. Como o Batismo,
trata-se de um ritual de iniciação e os mesmos preceitos (anteriores e
posteriores) valem para ambos. Entretanto, não é o mesmo que Batismo, que tem
como finalidade purificar o corpo e preparar as energias que o habitam. O
Batismo é o marco do início de uma nova jornada, uma opção da pessoa ou de seus
pais (no caso de uma criança) de viver conforme as leis da religião, acei-
tando e desejando aprendendo a enxergar e a interpretar a luz da Fonte Criadora
Universal, dos Orixás, dos Anjos, Guias e Entidades. O Amaci, por sua vez, é
destinado apenas aos filhos que já trabalham com sua mediunidade ou que já a
sentiram manifestar-se. Ele pode ser realizado tanto para acalmar a mediunidade
como para dar-lhe força. Quando as manifestações são mais intensas e por vezes
violentas (da- das à pouca experiência do médium, sua falta de controle
psíquico ou emocional, ou mesmo a falta de doutrina das Entidades), o Amaci
serve como um pedido de misericórdia e, também, como um ritual que força a
energização e o controle. O ritual do Amaci começa com a escolha de padrinhos
encarnados e desencarnados. Em geral, os mesmos do Batismo, quando se trata de
um médium já batizado (se este for, no lugar do Batismo, o primeiro rito, não é
essencial manter os mesmos padrinhos quando o médium for batizado, mas é
desejável, afinal, já diz o ditado popular: um servo que se dedica a senhores
demais, acaba não servindo a nenhum ).
No dia do Amaci, o médium deve usar roupa branca e portar a uma toalha branca (como
a descrita no Batismo), uma vela branca de 40 cm e os fios de seus Orixás, uma
quartinha branca de água e uma pequena sopeira em que estarão os fundamentos
que o Pai ou Mãe de Santo da Casa lhe informarem, conforme instruído por seu
zelador. O Amaci deve ocorrer numa gira própria. Deve ser preparado pelo
zelador ou pelo responsável de acordo com sua atribuição, nunca pelo próprio
médium ou por alguém ligado a ele por laços de sangue ou re- lação
amorosa. Em geral, prepara-se o Amaci com água pura de rio ou de fonte
(nunca industrializada ou engarrafada comercialmente, embora seja água mine-
ral) e 7, 14 ou 21 ervas. O dirigente do templo, ou aquele a quem lhe for
confiada a tarefa, deve colher as ervas de todos os Orixás, pelo menos uma de
cada, e colocá-las quinadas no preparo feito de quatro águas (de mar,
cachoeira, chuva e fonte/mineral), com três dias de antecedência ao rito.
3 comentários:
Parabéns pelo texto Mestre IAV.
Muito esclarecedor 🙏🙏
obrigado pela visita
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