É um termo moderno, criado para descrever numerosas
divindades masculinas, a partir de uma gama de mitologias, mesmo que
historicamente não relacionadas.
Essas divindades incluem, por exemplo, o celta Cernuno, os
gregos Pan, Dionísio, Apollo e sátiros, e mesmo pinturas rupestres do
Paleolítico como "o Bruxo" ("Le Sorcière") na caverna
francesa de Le Trois Frères. Os Panteões tradicionais dos deuses corníferos são
os europeus, pois que aí se deu o berço de suas crenças.
O Deus Cornífero para um Bruxo é o Consorte da Deusa Mãe, a
Criadora e Incriada. Esta é a visão dos Neopagãos na religião Wicca.
O Deus Cornífero é o Deus fálico da fertilidade. Geralmente
é representado como um homem de barba com casco e chifres. Ele é o guardião das
entradas e do círculo mágico que é traçado para o ritual começar. É o Deus dos
bosques, o rei do carvalho e do azevinho e senhor das matas. É o Deus que morre
e sempre renasce. Seus ciclos de morte e vida representam nossa própria
existência.
A mais antiga imagem conhecida do Deus Cornífero é aquela do
Deus com chifres de cervo ou alce, o Senhor das Florestas. Com o passar do
tempo, à medida que a humanidade se tornava sedentária, passando da fase
coletora para o desenvolvimento de uma agricultura e a domesticação de animais,
surgem as imagens do Deus com chifres de touro, carneiro, veado e bode. Em todo
caso, todas essas imagens o representam como o Deus portador da renovação e da
virilidade.
O antigo Cornífero é o Caçador das Florestas, o Homem Verde,
o Senhor dos Animais, o ctônico e escuro Senhor das Sombras que habita o
submundo, o Senhor da Morte. O Deus em seu único aspecto celeste representa o
Sol – representando o pilar masculino, porém seus principais atributos, que o
concretizam como o Deus na Wicca, são esses citados.
Com o surgimento da agricultura, o Deus torna-se associado
às culturas agrícolas, como o Senhor das Colheitas, que se oferece em
sacrifício para que a humanidade possa sobreviver. A origem dos ritos da
comunhão é muito antiga, quando o povo consumia a natureza divina transformada
em pão e vinho, unindo-se ao seu espírito. Esses ritos estavam intimamente
ligados aos mistérios da transformação e reencarnação, e eram retratados nos
ciclos do reino vegetal e no mito da Roda do Ano.
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