Olá ocultos, após alguns anos longe dos teclados e atendendo a insistência do meu mano Paulo, volto com a serie de contos do vestígios de um ritual. neste episodio vamos continuar acompanhando o sofrimento do nosso protagonista e conhecer um pouco mais da sua aventura sobrenatural. apresentamos novos personagens e revelamos as primeiras informações sobre nosso herói louco, que ousou abrir portas entre os mundo dos homens e dos demônios. em meio a esse tempo de quarentena nos sobra tempo e imaginação para criar invocar e evocar. bom episodio.
PARTE 3
02 – A Tortura de Pérgamo
Toc! Toc! Toc!
— enelac você esta ai?
— ele não deve estar em
casa!
— não me responde desde
ontem, estou preocupada.
Escuto vozes, a
principio apenas sussurros, mas conforme desperto elas ficam mais clara. Soam
familiar diferente dos ruídos grotescos de ontem a noite, essas vozes são
melodiosas cheias de ternura e preocupação, Haravave? Deve ser ela! Mesmo
atordoado e sem forças a imagem de seu rosto meigo e gentil me acalenta. Longos
cabelos ruivos, Haravave, é uma mulher excepcional, lindos olhos claros com suas sardas salpicadas de um dourado que
lhe cai perfeitamente bem combinando com sua aura magnificamente iluminada.
— enelac! Grita ela de
forma insistente.
Tento me por de pé,
ainda sinto o peso dos eventos aterradores que vivi nos últimos dias ali, isolado
na velha casa da floresta. Observo pelas frestas de madeira raios de sol,
pequenos filamentos de raios de sol, que tentam vencer as trevas do lugar, e
iluminar o ambiente a minha volta. Ate mesmo a luz do dia aquele lugar
permanece um tanto sombrio.
Coloco-me de pé, apenas
para mais uma vez cambalear. Não consigo
algo esta errado, não sei ao certo o que pode ter acontecido, mas a lembrança
do demônio Pérgamo esta bem nítida na minha mente, algo realmente aconteceu.
“Devo pedir socorro? É
o certo a fazer?”
Meus lábios se movem,
apenas para sussurrar algo ininteligível, como se alguma coisa ou alguém
apertasse minha garganta com força, num movimento de estrangulamento. Caio de
joelhos e sangue escorre por entre meus dentes, é uma dor inexplicável. Preciso
de ajuda, ainda consigo ouvir a voz doce de Haravave, escuto as batidas contra
a velha porta de madeira, não estou longe ainda posso rastejar até ela, minha
doce Haravave. Afogado no meu próprio
vomito de liquido vermelho ainda consigo
recordar seu sorriso, seus lindos olhos ternos a me encarar a alma.
— hum! Hum! Hum!
Hum! hum!!!
Algo pressiona minhas
costas me juntando ao piso molhado pelo sangue, sinto como se penetrasse a
pele, o sadismo da dor é inesgotável para os demônios. Consigo sentir seu
cheiro, consigo sentir sua presença consigo vela no reflexo do piso molhado
pelo fluido vermelho que encharca os tacos de madeira velha.
— hum! Hum! Hum! Hum!!!
— cale a sua maldita
boca! Ninguém vem te ajudar, apenas nós estamos aqui!
“Maldita Pérgamo,
maldito sempre será o dia em que ousei invocar-te”.
Pássaros... Escuto o
cacareja de corvos, eles ecoam de forma sombria alta e assustadora, a floresta
esta agitada. Um rugido de vento sopra sacudindo todo o lugar, não consigo mais
pensar na dor que estou sentindo, não consigo me concentrar em mim. Haravave!
Será que ela esta bem, ela não deveria ter vindo até aqui.
— o corvo geralmente é associado à
bruxaria, magia, azar, mau presságio, mas também fertilidade, esperança e
sabedoria, desse modo é possível encontrá-los em filmes de terror, contos de
fadas e outros, em geral trazendo um presságio ou como um sinal de má sorte. Simbolismos
em relação ao corvo surgem a partir da sua aparência em campos de batalha, são
vistos pegando em restos mutilados de guerreiros caídos em campos de batalha,
por serem necrófagos (alimentam-se de animais mortos e outros restos orgânicos).
Na mitologia nórdica os corvos são principal símbolo do Deus Odin, dois corvos
rondam sobre seus ombros e possuem o nome de Hugin e Munin...
Alguém
esta entre nós, não sei quem é. Escuto sua voz, sinto sua presença. Tento fitar
de soslaio buscando visualizar de onde vem à voz, na esperança de encontrar
nela ajuda, socorro. Seria mais um demônio? Mais um infernal em busca de
devorar-me a alma?
— o
cacarejar de um corvo soa como "cras", que significa "amanhã"
em latim. Devido a essa crença os Antigos acreditavam que o corvo
era um animal que podia prever o futuro, revelar destinos e ter presságios ou
mandar sinais.
—
corvos da escuridão – disse Pérgamo desdenhosamente.
3 comentários:
de volta então???
:) :)
ENELAC TA SOFRENDO
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