Muitas pessoas acreditam que seria preciso procurar, em determinados lugares, os mestres do saber superior para deles se obterem esclarecimentos. Dois pontos são corretos: em primeiro lugar, quem aspirar seriamente a esse saber superior não temerá esforço ou obstáculo algum na busca de um iniciado capaz de introduzi-lo nos mistérios superiores do mundo. Mas, por outro lado, cada um pode também estar certo de que a iniciação o encontrará infalivelmente, desde que haja uma séria e digna aspiração ao conhecimento - pois existe uma lei natural que leva todos os iniciados a jamais recusar a aspirante algum o saber a que este tem direito. Há, entretanto, outra lei igualmente natural, rezando que nada do saber oculto pode ser entregue a quem não esteja em condições de recebê-lo. E um iniciado é tanto mais perfeito quanto mais severamente observa estas duas leis. O laço espiritual que abrange todos os iniciados não é exterior, mas ambas as leis citadas formam elos fortes que asseguram a firmeza dessa ligação. Você pode viver em íntima amizade com um iniciado; mas estará separado de sua essência até que você mesmo se torne um iniciado. Pode desfrutar todo o seu coração, toda a sua afeição; ele só lhe confiará seu segredo quando você estiver maduro para recebê-lo. Nem a lisonja, nem a tortura, nada poderá obrigá-lo a uma revelação que não lhe deva fazer, pois o grau de sua evolução ainda não permite a você preparar o correcto acolhimento do mistério em sua alma. Os caminhos que amadurecem o indivíduo para o acolhimento de um mistério são precisamente determinados. Suas direcções estão traçadas com letras indeléveis e eternas nos mundos espirituais, onde os iniciados preservam os augustos mistérios. Em tempos remotos, situados antes da nossa "História", os templos do espírito eram visíveis também exteriormente. Hoje, quando nossa vida se tornou tão desespiritualizada, esses templos não existem mais no plano acessível aos olhos materiais. Mas existem espiritualmente por toda parte; e quem os procurar poderá encontrá-los. Só em sua própria alma é que o ser humano achará os meios para abrir os lábios dos iniciados. Ele deve desenvolver em si certas qualidades até um certo grau elevado; então os supremos tesouros espirituais poderão ser-lhe concedidos.
Iav.
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